quinta-feira, 7 de maio de 2015

Votar "não" às MPs é dizer sim ao futuro do PT!!

A maioria da bancada petista cometeu um gravíssimo erro


No dia 6 de maio de 2015, a Câmara dos Deputados iniciou a votação das Medidas Provisórias 664 e 665.

Estas MPs foram editadas pelo governo como parte de um "ajuste fiscal". 

Ajuste fiscal que não impediu o governo de aumentar seguidas vezes a taxa básica de juros, repassando à especulação financeira valores muitas vezes superiores aqueles que se afirma necessário "ajustar".

Até o presente momento, o governo não adotou nenhuma medida obrigando os endinheirados a pagar a conta do ajuste. 

Pelo contrário, as Medidas Provisórias 664 e 665 afetam aqueles que vivem de salário, que recebem seguro-defeso ou pensão. 

O governo argumenta que há fraudes, desvios e distorções, que as MPs visariam corrigir. 

Sem dúvida existem os problemas citados, que aliás já deveriam ter sido corrigidos. Mas é evidente que a edição das MPs faz parte de uma política de ajuste fiscal recessivo, que se não for revertido terá consequências desastrosas não apenas para a economia e para a classe trabalhadora brasileira, mas também para o governo e para o Partido dos Trabalhadores.

Estes fatos e estas decorrências são conhecidas e reconhecidas pela ampla maioria do Diretório Nacional e pela ampla maioria dos congressistas eleitos pelo PT. 

Por isto o Diretório Nacional do Partido não conseguiu ir além de menções envergonhadas de apoio às medidas, sempre acompanhadas da ressalva de que elas deveriam ser corrigidas para não prejudicar os trabalhadores. 

Por isto o programa de TV do PT disse ser necessário adotar medidas para que os ricos paguem pelo ajuste. 

Por isto a bancada do PT propôs uma série de emendas para atenuar os efeitos das MPs.

Por isto nunca foi realizada a reunião conjunta entre a executiva nacional e a bancada do Partido, para "fechar questão" tal como prevê o estatuto do Partido -- lamentavelmente, o líder da bancada petista emitiu nota pública falando, indevidamente, ter havido "fechamento de questão".

Apesar disto, o governo insistiu em ver as MPs aprovadas e fez pressão para que a bancada do PT votasse a favor. Como sempre, é exigido do PT aquilo que não se exige dos partidos da chamada base aliada: ordem unida. 

Talvez em nome de defender o governo que elegemos, mesmo sabendo que ele está errado ao propor essas medidas; talvez em nome da disciplina partidária, aquela mesma disciplina que não foi exigida dos que inviabilizaram a reforma política; talvez em nome da expectativa de que, agindo assim, a presidenta vete o PL 4330; talvez na crença de que o governo corrigirá seus rumos, como aconteceu anteriormente; ou simplesmente por temor a retaliações; a maioria da bancada do PT votou "sim" no dia 6 de maio e promete votar sim na próxima rodada de votações.

Em alguns casos, conscientes do que estavam fazendo, os parlamentares votaram em compungido silêncio. 

Noutros casos, fizeram seu voto ser acompanhado de declarações orais ou por escrito que fazem corar a quem tem consciência de classe.

Uma reduzida minoria de parlamentares petistas não seguiu a orientação da bancada, retirou-se do plenário e não votou "sim", deixando clara sua discordância em relação ao mérito das MPs.

Os parlamentares que votaram "sim" cometeram um gravíssimo erro, que contribui para o processo de auto-destruição que está em curso em nosso Partido.

É preciso que se diga isto com clareza: a política adotada pelo governo e avalizada ativa ou passivamente pelo Diretório Nacional do Partido está conduzindo o PT à derrota, nas ruas e nas urnas. 

Vivemos uma situação extraordinária, que exige atitudes extraordinárias. Os petistas tem o direito à rebelião contra esta política suicida.

A votação das Medidas Provisórias ainda não está concluída. Ainda é tempo para que os deputados e deputadas que integram a bancada petista votem não e corrijam, ao menos parcialmente, sua atitude.

Votar "não" às MPs é dizer sim ao futuro do PT e da classe trabalhadora brasileira.

Direção nacional da tendência petista Articulação de Esquerda
7 de maio de 2015

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