domingo, 15 de junho de 2014

Ao companheiro Emídio, presidente do PT São Paulo

Prezado Emídio

Ontem, ao final do encontro estadual do PT-SP, eu te informei que nesta segunda-feira 16 de junho entraremos com recurso, junto ao Diretório Nacional, pedindo a impugnação da candidatura de Candido Vaccarezza.

Aliás, ontem mesmo solicitamos cópia completa da documentação da Câmara de Recursos, até porque nos surpreendemos com sua afirmação segundo a qual o assunto foi “posição unânime na comissão executiva” (até onde sabemos, a CEE não deliberou sobre o assunto); tampouco conhecemos com base em quais argumentos houve posição “unânime” na câmara de recursos.

Na mesma ocasião, eu te prometi que enviaria a cópia do vídeo das nossas defesas. Segue abaixo o link para o vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=UZ48eYCIdGE&feature=youtu.be&app=desktop

Como voce poderá constatar, em sua defesa voce me acusa por algo que eu simplesmente não disse.

As suas palavras foram: “Essa questão que foi colocada aqui, que ele votou pelo voto distrital, é reiteradamente uma mentira. Ele nunca deu voto a favor do voto distrital em lugar nenhum”.

Pois bem, ouça o vídeo e veja se encontra a tal “mentira”.

As minhas palavras a respeito foram (1´42´´): “Mesmo desautorizado, ele continuou coordenando o grupo de trabalho. O resultado foi a chamada PEC 352, que é uma contrarreforma política, que não apenas mantém o financiamento privado como inclui uma modalidade de voto distrital”.

Portanto, companheiro Emídio, não há mentira alguma. Em nenhum momento é dito que Vaccarezza “deu voto a favor” disto ou daquilo. 

Aliás, afirmei “reiteradamente” que não é o voto individual dele que importa. 

O que importa é que ele vem defendendo e articulando abertamente uma posição contrária a do Partido. 

E não digo isto baseado em “picuinhas” ou “boatos”. Nosso recurso baseia-se inteiramente em resoluções e notas da bancada, da executiva nacional, do diretório nacional e do encontro nacional do PT.

O link para este recurso está aqui:


Os fatos citados no recurso demonstram que voce está errado quando afirma que “tudo o que ele fez até agora foi o direito a opinião”. 

Aliás, neste tema da reforma política Vaccarezza vem fazendo exatamente aquilo que voce critica: “um partido que está sendo atacado por todos os lados não pode dar tiro no pé dos próprios companheiros.” Faltou apenas dizer que não podemos deixar que "companheiros" atirem no pé do Partido.

As resoluções transcritas no recurso também demonstram que voce está errado quando afirma que “todas as posições do PT são posições do Candido Vaccarezza”. Não são e, portanto, nesta questão da reforma política não é “discurso rebaixado” afirmar que ele “vem se comportando como um deputado do PMDB”.

É seu direito “querer que o Vaccarezza seja candidato inclusive para defender suas posições” ou pensar que “não há acusação grave capaz de barrar sua presença na lista de deputados”.

E é nosso direito buscar a exclusão, da lista de candidatos, de alguém que -- nesta questão central da reforma política -- não está se comportando como petista. 

Como voce disse, “nossos inimigos estão do lado de fora”. Certamente. Mas dentro de nós existe uma quinta coluna.

Atenciosamente

Valter Pomar
15 de junho de 2014

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