quinta-feira, 22 de maio de 2014

VIL Fichamento 8

V.I.Lenin
Obras completas
Tomo VI (seis)
Janeiro 1902-agosto 1903
Editorial Cartago
Buenos Aires, 1958

Materiais para a elaboração do programa do POSDR
-são anotações comparativas entre o programa escrito por Plekhanov e as emendas dele. Ficam claras as divergências de conteúdo e de estilo.


Projeto de programa do Partido Operário Socialdemocrata Russo
24: pela primeira vez aparece “derrocamiento de la autocracia czarista y su sustituición por uma república”
24: reconhecimento do direito a todas as nações que formem parte del Estado a gobernarse por si mismas
24: sustitución del ejército permanente por el armamento general del pueblo
25: proibição de trabalho assalariado de menores de 15 anos


Três emendas ao projeto de programa
29: y el pequeno productor, avasallado bajo el yugo del capitalismo, solo se convierte em um elemento realmente revolucionário em la medida que tiene conciencia de que se halla en una situación sin salida y abraza el punto de vista del proletariado”


Observaciones al segundo proyecto de programa de Plejanov
30: não se trata de um programa de um partido que luta, mas sim de um programa para estudantes
30: o programa del PSDR deve começar caracterizando (e acusando) o capitalismo russo
35: o debate sobre a via prussiana: o desenvolvimento capitalista “discurre y marcha hacia adelante apesar de todos los restos de la servindumbre y a través de ellos”
46: aqui há um raciocínio bem confuso (considerando como ele se posicionará logo depois), segundo o qual não é preciso falar de ditadura do proletariado num contexto em que o proletariado está aliado com a pequena burguesia, uma vez que neste caso “tendríamos perfectamente asegurada uma mayoria tal de la poblacion, que podriamos muy bien prescindir de la dictadura”; e ao mesmo tempo o conceito de ditadura do proletariado estaria unido “del modo más estrecho e inseparable a la tesis del Manifiesto de que solamente el proletariado es uma clase verdaderamente revolucionaria”
[ou seja, aqui ele considera o termo ditadura no sentido estrito da palavra, como governo de uma minoria que se impõe a uma maioria, quando logo em seguida aceitará a tese de que a ditadura é uma forma de Estado, independente do caráter mais ou menos democrático da forma de governo]
[por outro lado, tem uma nota de rodapé na 49 onde fica claro o sentido “instrumental” que ele dá a esta “concessão teórica”]

49-50: divertido comentário dele, dirigido ao GP certamente, segundo o qual seria impreciso dizer que vamos libertar toda humanidade, uma vez que os que tem debilidade de caráter  ou caráter muito duro não poderão ser libertos desta opressão pelo socialismo... E propõe dizer, no lugar, acabar com a divisão em classes e com a desigualdade dela derivada

50: insiste que o capitalismo já se converteu no modo de produção predominante na Rússia (60x40 no exemplo que ele dá)


Juicio sobre el segundo proyecto de programa de Plejanov

Ele critica a imprecisão de várias fórmulas. Uma em especial tem importância, pelo que vai ocorrer em 1917: “o lugar da ‘ditadura do proletariado’ é ocupado pela ‘revolução que está chamada a levar a cabo o proletariado, apoiado por outras camadas da população que sofrem a exploração capitalista’ e, inclusive, em vez da luta de classe do proletariado se fala da ‘luta da massa trabalhadora e explorada’. Semelhante formulação contradiz o fundamental princípio da Internacional: “a libertação da classe operária só pode ser obra da classe operária mesma”.
Curiosamente, no debate sobre a revolução de 1905, ele insistirá exatamente nisto, mas deixando claro que uma coisa é a revolução burguesa e outra a revolução socialista...


Observações ao projeto de programa da comissão

Entre os muitos detalhes, há quatro sobre os quais vale a pena chamar a atenção:

67: “expressar a ideia da inevitabilidade", porém sem dar pé ao equívoco de incluir este algo inevitável entre as coisas “naturais”

68: se Deus, em castigo por nossos pecados, nos condenou a necessidade de apresentar um “aborto” de projeto, há que fazer, pelo menos, todos os esforços para atenuar suas lamentáveis consequências

69: se é impossível um projeto armonico, “volver al plan de los dos proyectos”

69: “12.IV.1902 – em el vagon del tren; perdón por los gabaratos. Si me da tiempo, volveré a escribir y procuraré hacerlo com mayor claridad”


Observações complementares ao projeto de programa da comissão


Emenda a parte agrária do programa
73-74: (é um esquema de votação, interessante pelo valor histórico de como houve um esforço de composição);


Signos de bancarrota
(artigo publicado no Iskra)


De la vida econômica de Rússia
(texto publicado em Iskra)
82: Iskra saindo duas vezes por mês
83 em diante: las cajas de ahorro


Informe de la redaccion de Iskra a la reunion (conferencia) de los comitês del POSDR
Trata-se de uma “circular”, interessante no sentido de revelar o ambiente e as preocupações internas acerca do II Congresso.
102: Aqui se fala em “considerar atentamente a necessidade de tomar medidas preparatórias para a insurreição armada de todo o povo contra a autocracia czarista”.


El programa agrário de la socialdemocracia rusa

Publicado em 1902, em Zariá
Esse é o tema central, que vai ser tratado de diferentes ângulos ao longo de toda a obra de VIL. 
Mais adiante (volume XIII) ele fará uma detalhada revisão do programa agrário, assim que não vale a pena aqui entrar nos detalhes. 
O que chama a atenção:
109: o objetivo não é o livre desenvolvimento do capitalismo, mas “acabar com os restos da velha ordem da servidão e com o objetivo do livre desenvolvimento da luta de classes no campo”
110: uma certa confusão acerca de como defender os interesses concretos do campesinato, sem assumir a defesa de seus interesses históricos: “por lo que se refiere a los campesinos, nosotros no asumimos em modo alguno la defensa de sus intereres como clase de pequenos proprietários y agricultores de la sociedad contemporânea”... “la socialdemocracia solo pueda abrazar la defensa de los intereses de estas clases en ciertas condiciones, exactamente definidas”
110: a legitimidade das “reinvidicações camponesas”, no programa social-democrata, se encontra subordinada, em primeiro lugar, à condição de que contribuam para acabar com os restos da ordem da servidão e, em segundo lugar, a de que ajudem no livre desenvolvimento da luta de classes no campo
112: trabalha com a ideia de que a introdução do capitalismo cinde o campesinato em proletariado agrícola e burguesia rural. Mas ao mesmo tempo reconhece que na realidade do “atual campo russo existe um entrelaçamento extremamente complicado de relações de servidão e burguesas” ... “não é possível encontrar soluções simples para problemas tão complexos” (ele voltará a isto no texto do volume XIII)
113: o deslocamento do regime de servidão pelo capitalismo no campo ha venido a embrollar y complicar de tal modo as relações econômico sociais, que para resolver os problemas práticos imediatos (no espírito da social-democracia revolucionária) é precisa parar para pensar muito e de antemão se pode afirmar com toda segurança que não será possível encontrar soluções “sencillas”
114: revela a existência de um debate sobre como denominar os latifundiários: senhores feudais, nobreza territorial, latifundiários senhoriais???
114-116 ele discute a necessidade do programa ser “máximo”: luchar com todas las fuerzas, siempre y sin falta, por el máximum de nuestras aspiraciones
118: a defesa da República
119: ele cita a polêmica de Kautsky e Rosa Luxemburgo sobre a independência da Polônia.
122: el proletariado no defende todas as medidas que acelerem o progresso burguês, mas somente as que diretamente contribuam para fortalecer a capacidade da classe operária para lutar por sua emancipação
127: sobre a semelhança entre o programa SD e o programa SR no tema dos “recortes de tierras em la economia campesina actual”
137: neste ponto ele contextualiza o tema da nacionalização das terras (no XIII ele voltará a debater o assunto). O raciocínio é o seguinte: no regime social atual, o máximum do programa agrário não deve ir além da revisão democrática da reforma camponesa. Mas num ambiente revolucionário, ao proposta será de nacionalização. Mas isto não pode ser feito num ambiente de autocracia ou de monarquia semi-constitucional. E não deve ser confundido com “necios experimentos de socialismo de Estado”
138: como a nacionalização, num regime democrático burguês, não deve conduzir o proletariado a defender o pequeno frente ao grande, mas sim exigir de todos o cumprimento de determinadas exigências, o que “equivaleria a acelerar o triunfo da grande sobre a pequena produção” [e faz aqui analogia com os efeitos da legislação fabril]
143: novamente ele explica em que sentido “jamais defendemos nem defenderemos nem uma só medida encaminhada contra nenhum sistema de ordenação camponesa da terra” [mas defenderão a plena liberdade etc.]
144: sem ilusões acerca da possibilidade de que “possam sobreviver os pequenos produtores na sociedade capitalista”


Carta a los Zemstvistas
(publicada no Iskra)


Sobre el grupo de Borba
(notinha publicada em Iskra)


Carta a la agrupacion del Norte
Foi publicado apenas em 1923. Vale a pena ver mais como material histórico.


Por que la socialdemocracia debe declarar uma guerra resuelta y sin cuartel a los socialistas revolucionários
Idem anterior.


Dos cartas a Radchenko
(que vem a ser o bolchevique Lepeshinski, membro do comitê de organização encarregado da convocatória do II Congresso)
Vale a pela ler como exemplo do relacionamente entre o “centro” e os “agentes” de Iskra.
São cartas de 3 e 9 de julho (antigo calendário) de 1902.


Aventurerismo revolucionário
(publicado em Iskra)

191: devemos ter presente que o partido revolucionário só merece este nome quando de fato dirige o movimento da classe revolucionária. Não devemos esquecer que todo movimento popular reveste formas interminavelmente diversas, elaborando constantemente novas formas, jogando pela borda as velhas e criando variantes ou novas combinações das velhas com as novas. E nosso dever consiste em participar ativamente neste proceso de elaboração de métodos e meios de luta.
(mas ao mesmo tempo critica o esquerdismo, o revival de terrorismo revolucionário)

198: antecipa o nó de 1917, a diferença entre o movimento camponês contra os restos da servidão e o movimento socialista contra a burguesia, e as diferenças no campesinato a este respeito


Carta al comitê de Moscu
Interessante como registro histórico também.


Prólogo a segunda edição do folheto “As tarefas dos socialdemocratas russos”
A curiosidade aqui é como ele atualiza o debate, para compreensão das “novas gerações”


Proyecto de uma nueva ley sobre las huelgas
Comentário acerca de um documento secreto.
De interesse na 220 um exemplo da “fé socialdemocrática clássica”: A força do proletariado reside, entre outras coisas, em que seu número e sua coesão aumentam por virtude do mesmo processo de desenvolvimento econômico, ao passo que no seio da grande e da pequena burguesia se acentuam cada vez mais a discordância e a desmembracion de interesses.


Carta a la redaccion de Iuzhni Rabochi
Também interesse histórico, ambiente pré-congresso.


Carta a um camarada sobre nuestras tareas de organizacion
É um texto também de muito interesse histórico. Ele explicará o contexto de elaboração deste texto, quando do debate sobre o que ocorreu no II Congresso.


Lucha política y politiqueria
Texto publicado no Iskra.


Sobre las manifestaciones
Texto curto, que  só foi publicado nas OC.


El socialismo vulgar y el populismo, resucitados por los socialistas revolucionários
(continua a polêmica iniciada em Aventureirismo revolucionário, contra setores SR)


Sobre las tareas del movimiento socialdemocrático
(texto publicado em Iskra, mesma novela: o combate ao aventureirismo, SR etc.)


La tesis fundamental contra los eseristas
Foi escrito em 1902 e publicado pela primeira vez em 1936.

Novos acontecimentos e velhos problemas
Publicado no Iskra em 1902. Vincula um balanço de uma greve em Rostov ao debate sobre a política revolucionária (atentados x insurreição de massa).

Aos alunos das escolas secundárias
Publicado no Iskra em 1/12/1902. "Esforzaos por hacer que la mira principal de vuestra organizacion sea el formaros a vosotros mismos", chegando a ser socialdemocratas convictos, firems e conscientes.

Sobre o Grupo Svoboda
Polêmica com os social-revolucionários. Publicado no Iskra em 15/12/1902.

Fragmento de um artigo contra os eseristas
Escrito em 1902 e publicado em 1932.

Projeto de mensagem do comitê russo de organização a Liga, a União e ao Comitê do Bund no estrangeiro
Escrito em dezembro de 1902/novembro 1903.

Sobre a questão dos informes dos comitês e grupos do POSDR ao congresso geral do Partido
É um roteiro detalhado, acerca das informações que tais comitês e grupos deveriam prestar sobre sua atuação.É interessante a preocupação em que haja o maior número de delegados operários (289) e os itens que falam da luta interna (291) e das finanças (292).

Subatovistas de Mosocu em Petersburgo
Texto sobre os "grupos obreros" formados para "lutar contra o socialismo".

Comunicado sobre a constituição do "Comitê de Organização"
Reproduz o comunicado e depois tem um longo comentário. Publicado em Iskra, 15 de janeiro de 1903.

Algunas ideias a proposito da carta de 7 ts. y 6 f 
PP 308 a 315. Trata-se de uma carta ao bolchevique Lengnik (cujo nome vai cifrado no título). É uma carta genial, porque mostra como era a vida real dos bolcheviques, o não funcionamento das coisas etc. Merece ser lida em voz alta em várias reuniões de gente revolucionária. Exemplo: "Não lhes dá vergonha que 99% de tudo que aparece em Iskra seja obra de 3 pessoas e meia?"

A propósito de uma declaração do Bund
Antecipa a polêmica que vai ocorrer no II Congresso.

Sobre o manifesto dos social-democratas armênios
Nas página 325 e 326 aparece a reflexão dele sobre o tema da autodeterminação versus a postura do Partido frente a isto. Por um lado ele defende o direito a autodeterminação. Por outro lado, ele diz que defender este direito não precisa nos levar, salvo em casos excepcionais, a apoiar a autodeterminação.

Necessita o proletariado judeu de um "partido político independente"
Debate com o Bund.

Ideias marxistas sobre o problema agrário na Europa e na Rússia
Escrito em 1903 e publicado pela primeira vez em 1932.
Roteiro para aulas sobre o tema.

A autocracia vacila
Um editorial sobre a conjuntura, criticando o manifesto que o Czar divulgou em 26 de fevereiro de 1903. O texto foi publicado em Iskra, 1 março de 1903. Tem um parágrafo interessante (348) em que ele fala da necessidade de passar, de centenas de milhares para milhões de folhetos.

O senhor Struve, desmascarado por um colaborador
Polêmica direta de Lenin com Struve

Aos pobres do campo. Explicação aos camponeses acerca do que querem os socialdemocratas
Este texto foi escrito em março de 1903. É de grande didatismo e profundidade, merece ser lido com atenção, a medida que explica a visão de Lenin acerca dos temas agrários. Texto simétrico (A causa operária na Rússia) foi escrito, ao que parece, por Martov, como parte do planejamento editorial de Iskra.
Vale a pela reler detalhadamente.

Les beaus esprits se rencontrent
Texto sobre o programa agrário dos socialistas revolucionários ("cooperativa e socialização") e suas semelhanças com o que é dito por Edward David no livro O socialismo e a agricultura, lançado em 1903. 
Tem uma passagem sobre a "nova classe média" surgida na Alemanha...

Resposta a uma crítica ao programa de nosso partido
Polêmica com o Maslov sobre o tema da terra. É um assunto cabuloso, que vai tomar conta dos debates durante anos, a saber: nacionalização, municipalização etc.

O problema nacional em nosso programa
Debate sobre o problema nacional, com uma interessante análise sobre a Polônia. Em especial o que ele diz acerca das posições do Mehring, que vinculava (455) estritamente a questão nacional ao socialismo, enquanto Lenin é mais matizado. Vale a pena reler.

Plano para um artigo contra os eseristas
Escrito em 1903, publicado em 1939.

II Congresso do PSODR
Reuniu-se de 30 de julho a 23 de agosto de 1903. Aqui estão 23 extratos de falas e também projetos de resolução apresentados pelo Lenin. Vale a pena reler.

La era de las reformas
Analisa o projeto de lei do governo russo, sobre as sociedades operárias de socorro mútuo, que de certa forma "anteciparam" a eleição de delegados por fábrica, que serviria logo depois aos sovietes.
506: Tales reformas son siempre el mensajero y el umbral de la revolución". Vil tinha total razão: 1904-1905.
511: abster-se de participar ativamente nas atividades políticas do tempo em que se vive, por abomináveis que elas sejam, é a tática dos anarquistas, não dos social-democratas.

A última palavra do nacionalismo bundista
Analisa as resoluções do quinto congresso do Bund, realizado em julho de 1903.

Contradições e zigzagues de Martov
É um roteiro de 4 pontos criticando a conduta do Martov.


Um comentário:

  1. Quiéééééééééé issso????
    Vou ler só o fichamento desse jeito, nem preciso dos livros. kkkkk
    Bom trabalho compa.
    Há braços...

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